Acabámos de degustar este Quinta da Lapa, que já conhecíamos, mas que não visitávamos faz tempo.
E não é que continua a sua evolução de modo bem positivo?
A Quinta da Lapa está implantada na região vitivinícola do Tejo, outrora denominada Ribatejo, onde vinho, cultura e história correm juntos desde os primórdios da Lusitânia.
O perfil dos vinhos Quinta da Lapa é, a um tempo, mineral e profundo, conseguindo aliar uma excelente maturação fenólica a uma grande frescura, quando normalmente isso só se consegue com vinhedos de altitude.
A Quinta da Lapa conta com 27 hectares de vinha em exploração, dividida em talhões com idades compreendidas entre 6 e 15 anos. A orientação mais frequente das fiadas é nascente-poente, o que permite, quando se aproxima a vindima, uma maturação óptima dos bagos. Os dias são muito quentes mas à noite instala-se sempre a frescura, trazida pela brisa atlântica que ao longo de todo o ano se faz sentir.
As notas de prova do enólogo dizem-nos que tem “excelente cor. Aroma com notas de frutos pretos e especiarias típicas do Syrah. Bom volume de boca com taninos presentes, mas macios. Final longo.”
A fermentação é feita em cubas de inox com temperatura controlada. O estágio foi de 12 meses em meias pipas de carvalho francês e americano. Tem uma longevidade garantida pelo produtor de 8 anos. A graduação alcoólica é de 14%. O enólogo de serviço é mais uma vez, e isto apesar de não estarmos na Península de Setúbal, Jaime Quendera!
As instalações de vinificação são contíguas à casa da quinta, e permitem a manipulação total das uvas e massas vínicas, desde a vindima até ao engarrafamento. A proximidade das vinhas é um factor importante para a qualidade da matéria-prima, reflectindo-se na qualidade final dos vinhos. A base tecnológica instalada permite o controlo total da temperatura, em todas as fases, bem como dos tempos óptimos para cada perfil de vinho que se procura produzir.
As vinhas de castas brancas da Quinta da Lapa foram plantadas em 1992, enquanto a plantação das tintas aconteceu em 1997. O sistema radicular das videiras está nesta altura estabilizado, conseguindo-se resultados consistentes de ano para ano, tanto em termos de maturação fenólica como na expressão do terroir da quinta. Fica pois reunido um leque interessante de castas portuguesas, a que se juntam algumas internacionais, definindo bem a vocação internacional dos vinhos, ao mesmo tempo que se afirma o grande valor patrimonial das uvas autóctones.
Plínio o velho dizia: “Com o vinho se alimentam as forças, o sangue e o calor dos homens.”
Com este Syrah da Quinta da Lapa isso é perfeitamente possível!
Classificação: 16/20 Preço: 8,50€


