Um estudo publicado no British Medical Journal revelou que o tamanho de uma taça de vinho aumentou quase sete vezes desde 1700, desde uma capacidade média de 66 ml para 449 ml em 2016/17. A pesquisa foi conduzida por Theresa M. Marteau, Dominique-Laurent Couturie e Alexandra Evans.
A equipa estudou taças armazenadas no museu Ashmolean, datando de 1700 a 1800, assim como artigos de vidro da Royal Household, onde um novo conjunto de taças foi encomendado para a coroação de cada novo monarca entre 1808 e 1947. Além disso, os cientistas obtiveram acesso aos catálogos do fabricante inglês de vidro Dartington Crystal, de 1967 a 2017.
Os resultados revelam que “a capacidade da taça de vinho aumentou em todos os períodos, de 1800 a 2017”. As possíveis razões para esse aumento foram mudanças em vários factores, incluindo preço, tecnologia e valorização do vinho. Interessante notar que as taças não aumentaram de tamanho até 1800, talvez pela cobrança do imposto sobre o vidro, introduzido pela primeira vez em 1746 e abolido em 1845.
Entre as razões para o aumento também estão as técnicas de produção de vidro, que melhoraram no final do século XIX, saindo do sopro para um processo automatizado. Já o aumento mais rápido registado na década de 1990 foi atribuído às taças de vinho projectadas para variedades específicas de uva.
Os cientistas concluem que: “não podemos inferir que o aumento do tamanho da taça e o aumento do consumo de vinho na Inglaterra estejam ligados. Nem podemos inferir que reduzir o tamanho da taça diminuiria o consumo de álcool”.