O Syrah Quinta das Camélias foi o primeiro Syrah a aparecer no Dão!
Daí merecer só por este facto um carinho e uma atenção especial da nossa parte.
Apresentámos aqui a colheita de 2010.
Esta de 2015 está bem melhor!
Este Syrah, com 14,5 % de teor alcoólico, é de cor granada e tons violeta escuro. Segundo o produtor “apresenta aromas de framboesa, groselha, amora, tostado e defumado. Na boca é aveludado, com taninos bem integrados, com boa concentração de fenóis, complexo e encorpado”. Uma das perguntas que relembramos aqui, e que fizemos há anos ao produtor Jaime de Almeida Barros, era saber o que o tinha levado a plantar Syrah no Dão, quando nunca ninguém o tinha feito. A resposta foi simples e cristalina: “Tentativa de fazer vinhos diferentes.” E não há dúvida que o Syrah da Quinta das Camélias é diferente de todos os vinhos que se produzem nesta região demarcada.
A Quinta das Camélias situa-se na região demarcada do Dão, na aldeia de Sabugosa, a catorze quilómetros de Viseu. É uma propriedade com vinte e três hectares dos quais quinze estão ocupados com vinha. Foi adquirida em 2002 por Jaime de Almeida Barros, (que deve o gosto pela vinha ao pai, que também tinha sido produtor) tendo sido necessário proceder à reconversão total das vinhas existentes, devido à situação de semi-abandono em que a Quinta se encontrava. Em conversa com o proprietário ficamos a saber que a Quinta inicialmente tinha somente oito hectares e meio e foi aumentando sucessivamente para actuais vinte e três com a compra de treze parcelas de terreno.
Mas é verdade, e é preciso que se diga, houve muito boa gente que logo teceu críticas fortes ao facto da casta Syrah nada ter a ver com o Dão. A isso Jaime de Almeida Barros respondia que o mais importante era a produção de bons vinhos, e que fossem ao encontro do que o mercado pedia.
O encepamento da Quinta é constituído maioritariamente por Touriga –Nacional a sessenta por cento (apesar de ser dominante no Douro e estar distribuída por todo o país ela é originária do Dão) sendo os restantes quarenta por cento constituídos por Alfrocheiro, Tinta-Roriz, Jaen, (outra casta autóctone) e Syrah, que só ocupa dois hectares do total. Jaime de Almeida Barros pensa ainda plantar mais vinha devido ao aumento da procura.
E isso é óptimo porque parafraseando o desportista do mundo automóvel Kimmi Raikonen:
“Não se deve deitar fora aquilo que foi feito para se beber.”
Ora aí está, eis um Syrah para se degustar e sorver até à última gota!
Classificação: 17/20 Preço: 5,75€