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Um rio corre através de grande lugares de Syrah…

Quinta da Alorna, 100% Syrah, Tejo, 2016

Há Syrah mais difíceis de arranjar do que outros!
Este Quinta da Alorna de 2016 teve as suas dificuldades mas devido ao João Calado da loja da Quinta da Alorna e a generosidade da Martta Reis Simões, a enóloga da Quinta, o que parecia algo de difícil acesso acabou por ser acessível!
E ainda bem porque este Syrah merece ser conhecido e divulgado!

E qual é o melhor sítio para divulgar um Syrah português do que o Blogue do Syrah?

Ao longo destes anos vamos sedimentando convicções! Hoje apresentamos mais uma, que de alguma maneira, temos feito menção ao longo da apresentação de vários Syrah. Os Syrah feitos por mulheres são sempre bons! Os Syrah feitos por homens estão sujeitos à prova da degustação para podermos afirmar o mesmo!

Dizemos isto baseado em quê? Em experiência! Todos os Syrah feitos por mulheres são sem excepção de qualidade! Parece que há uma ligação “especial” entre esta casta e a condição feminina! Pode parecer uma “patetice” mas o Blogue do Syrah tem como prova todos os Syrah feitos por enólogas! O Syrah da Quinta da Alorna do ano de 2016 volta a comprovar esta nossa teoria! Mais: Tem uma relação qualidade/ preço absolutamente incrível como se pode ver no final deste texto! É desde já candidato a melhor Syrah do ano, nesta mesma categoria!

Como já foi dito a enóloga é a Martta Reis Simões. Já tinha feito o Syrah de 2013, mas agora com a colheita de 2016 é que o Syrah da Quinta da Alorna se posiciona ao lado dos seus irmãos lusitanos!

Trata-se de uma produção pequena, de apenas 3200 garrafas. As notas de prova dizem-nos que possui “cor rubi com aroma intenso de fruta preta madura com notas de especiarias e chocolate. É equilibrado, redondo e delicado com um final de boca persistente predominando as notas de fruta preta.” Tem uma graduação alcoólica de 13,5%.

Quinta da Alorna nasceu em 1723, mais tarde D. Pedro de Almeida, o I Marquês de Alorna, após ter liderado a conquista da praça-forte de Alorna na Índia, conferiu à propriedade o nome que hoje tem.

Na margem do Rio Tejo e com a entrada marcada por uma árvore magnífica e rara no mundo, conhecida por bela sombra, a Quinta da Alorna destaca-se não só pela qualidade dos vinhos que produz como também pelos seus espaços naturais.

Com uma área total de 2.800 hectares, localizada no centro de Portugal, próxima de Santarém, a Quinta tem vindo a diversificar as suas áreas de negócio tendo como princípios a sustentabilidade, responsabilidade social e conservação da natureza.

Os vinhos da Quinta da Alorna são feitos a partir de uma selecção das melhores castas e produzidos com recurso às novas tecnologias de vinificação.

Com 220 hectares de vinha que se divide entre castas como Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet, Arinto, Chardonnay e Syrah que representa um pequeno nicho que deve ser defendido e preservado.

Com uma produção média anual na ordem dos 1,85 milhões de litros, a Quinta da Alorna vende cerca de 50% da sua produção anual no mercado interno e exporta os restantes 50% para 25 mercados. Para o futuro, o objectivo consiste em aumentar o volume das exportações e manter a tendência positiva de crescimento.

Toda a actividade da Quinta da Alorna assenta numa política adaptada às necessidades de mercado e direccionada para a qualificação, recorrendo a ferramentas de certificação agro-ambientais, procedimentos e normas que garantem a qualidade do produto, a protecção do ambiente e a segurança dos colaboradores.

A componente agrícola da Quinta da Alorna centra-se na produção de uva sendo que a cultura do milho, batata, ervilha e cebola representa um volume de produção relevante que tem como destino, essencialmente, a indústria.

Com 1.900 hectares de floresta, onde predomina o pinheiro, sobreiro e eucalipto, a Quinta da Alorna tem vindo a realizar, ao longo dos anos, um investimento considerável na conservação da fauna e flora.

Na vinificação, colheram-se manualmente as melhores uvas Syrah da Quinta da Alorna. Após maceração pelicular pré-fermentativa a frio de 2 dias, seguiu-se a fermentação alcoólica durante 10 dias com remontagens suaves e uma temperatura controlada de 23°C . O vinho foi micro-oxigenado até à indução da fermentação maloláctica. Por fim, o vinho estagiou em barricas de carvalho Americano de segunda utilização, durante 4 meses. O rótulo diz que “este Syrah pertence a uma colecção de monovarietais da Quinta da Alorna e é o resultado da investigação contínua e dedicação da equipa de Viticultura e Enologia.”

André Simon, comerciante e escritor de vinhos francês disse que “Syrah faz de uma refeição uma ocasião, a mesa mais elegante e cada dia mais civilizado.”

Aí está, este Syrah proveniente duma casa com quase trezentos anos de idade pode bem servir de sustentáculo à afirmação do escritor! Saúde!

 

Classificação: 16/20                                                   Preço: 3,95€

 

Bridão, Adega Cooperativa do Cartaxo, 100% Syrah, Tejo, 2016

A Adega Cooperativa do Cartaxo está de volta e apresenta-nos a sua nova colheita de Syrah de 2016. A Adega Cooperativa do Cartaxo não aposta anualmente em Syrah, mas de vez em quando lembra-se de nós, como fazem alguns produtores desta casta com tantas virtudes e qualidades!

Trata-se de um Syrah com uma relação qualidade/preço invejável e próprio para se poder beber diariamente sem o dispêndio de muito dinheiro. Nesse aspecto a Adega do Cartaxo está de parabéns!

Este Syrah tem 14% de graduação alcoólica e as notas de prova dizem-nos que é “escuro na cor, revela aromas compotados de ameixa e amoras maduras, com leves notas de baunilha. Bem estruturado, muito redondo, maduro e quase doce no final suave nuances de compota e chocolate.”

Fundada em 1954, a Adega Cooperativa do Cartaxo tem raízes numa região onde existem referências à actividade vitivinícola anteriores ao século X. Desde então a Adega Cooperativa do Cartaxo funcionou até 1974 nas instalações da Junta Nacional do Vinho, hoje convertida no Instituto do Vinho e da Vinha, no Cartaxo. Há mais de duas décadas, a Adega inaugurou as actuais instalações, onde labora desde então, sempre à procura do reforço da capacidade humana e tecnológica ao serviço da melhor produção vinícola. A afamada região vitivinícola do Ribatejo, hoje chamada de Tejo, integra a sub-região do Cartaxo e confere à produção da Adega Cooperativa do Cartaxo a denominação de Vinho Regional e DOC do Ribatejo.

Os responsáveis da adega investiram na modernização do edifício, que apresentava limitações, para corresponder às novas exigências do negócio. O antigo escritório foi demolido para se construir uma nova linha de engarrafamento. As instalações foram reajustadas e os serviços administrativos e recepção, inaugurados o ano passado, foram construídos à entrada da adega. No mesmo edifício, a loja e sala de provas estão praticamente concluídas, faltando apenas algumas “burocracias” para poderem entrar em funcionamento.

O actual sucesso dos vinhos deve-se, segundo o Director Executivo, Fausto Silva, à estratégia de crescimento sustentado suportado pela crescente qualidade das uvas que os associados entregam na adega, ao investimento feito na modernização e na importância dada aos mercados e seus consumidores . “Há uns anos desafiámos os nossos sócios a produzirem uvas com maior qualidade e isso tem-se reflectido na qualidade dos vinhos que produzimos. Também o facto de termos um excelente conhecimento enológico, contribuiu para o desenvolvimento e crescimento na qualidade dos vinhos da Adega do Cartaxo, fundamental para que cada vez mais os consumidores reconheçam e procurem as nossas marcas”, afirma.

Fausto Silva, que ocupa o cargo há vinte anos, lembra que a Adega Cooperativa do Cartaxo produz cerca de oito milhões de litros de vinho por ano e que 75 por cento da produção é constituída por vinho tinto proveniente na sua quase totalidade de vinhas aptas à produção de uvas para vinho regional e DOC.

Os vinhos ali produzidos têm tido maior procura nos últimos anos graças ao aumento da sua qualidade média acompanhada de uma atitude de gestão orientada para o mercado. “O sector dos vinhos ganhou maior dinamismo, os hábitos de consumo mudaram. Existe uma maior exigência de qualidade por parte de quem compra e de quem consome. Há mais acções de comunicação e promoção e a distribuição melhorou, tornando-se mais comunicativa e agressiva, o que contribuiu para proporcionar mais e melhores opções aos consumidores e ao maior interesse e conhecimento do mercado em relação aos vinhos”, justifica. “Nós, Adega do Cartaxo, temos de acompanhar as tendências, ameaças e oportunidades do mercado e adequar as nossas estratégias a essa realidade”.

 “A modernização da adega foi fundamental para o desenvolvimento e evolução dos nossos vinhos. Tivemos que nos adequar às exigências do mercado de forma a termos um produto e uma imagem de marca que dê garantias e confiança a nós empresa, aos nossos parceiros e aos nossos consumidores”, sublinha o director executivo. “Fazer marca e aumentar notoriedade, é um processo que leva o seu tempo e tem os seus custos. Temos essa consciência e tentamos fazê-lo de forma sustentada e com humildade, ainda para mais sabendo a realidade económica do país, mas temos a ambição de quem sabe o potencial que a empresa e a região têm e que de igual forma sabe que o trabalho e a dedicação são determinantes para o sucesso”.

Desde 2005 que a aposta tem sido mais incisiva na internacionalização. A Adega do Cartaxo exporta para vários mercados destacando-se França, China, Brasil, Estados Unidos da América, Suíça, Luxemburgo e São Tomé e Príncipe. Outros mercados menos representativos mas também importantes são a Holanda, Alemanha, Moçambique, Angola, Giné Bissau e Nigéria.

Nos últimos 5 anos os vinhos que mais têm crescido em vendas são o Xairel e o Plexus. No entanto, a marca Bridão, onde se integra com galhardia o nosso Syrah, continua a ser a marca estrela da adega, com uma gama de oferta de vinhos bastante diversificada e cada vez mais bem referenciada.

Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio escrevia que “Somos todos mortais até o primeiro beijo e a segunda taça de vinho.” Aproveitemos e vamos para a segunda taça deste Syrah do Cartaxo!

 

Classificação: 16/20                                                                       Preço: 3,99€

 

 

 

 

 

Quinta de S. João Baptista, 100% Syrah, Tejo, 2009

Quando já não estava no nosso radar eis que surge no horizonte uma garrafa de 2009 da Quinta de S. João Baptista do Tejo mais precisamente de Rio Maior! Três safras foram realizadas até ao momento. A de 2007, ( acerca de três semanas bebemos uma num convívio em casa do amigo Carlos Campos a par de várias outras garrafas de Syrah num jantar de altíssima qualidade!)a de 2009 ( que vamos aqui analisar!)e a de 2011 ( que apresentamos aqui!). Cada colheita com cerca de vinte mil a trinta mil há algum tempo que se encontram esgotadas, sobrando aqui e acolá uma uma outra garrafa esquecida na estante dum supermercado ou garrafeira! Foi o caso! Grande foi o espanto pelo ano e também pelo preço!

A Quinta de S. João Baptista continua a fazer um Syrah mas agora com outro nome, Cabeça de Toiro, como demos conta aqui! A Syrah foi plantada nesta quinta pela primeira vez em 2000 com 5,55 hectares, em 2004 mais 3,2 hectares, em 2007 mais 4,54 hectares. E finalmente em 2009 4,95 hectares, o que faz um total de 18,24 hectares de syrah plantados.

As notas de prova dizem-nos que: ”tem cor granada intensa com abundantes tons violáceos e inebriante complexidade aromática. No sabor é elegante, vivo e termina volumoso.” Tem 14% de graduação alcoólica.

A origem da Quinta de S. João Baptista é muito antiga, e encontra-se entre histórias de sucessões nobres, doações para ordens religiosas e mais uma mão cheia de acontecimentos.

Foi adquirida em 1987 pelo grupo Enoport United Wines, que na altura se chamava “Caves Dom Teodósio”, e foi desde aí que se começou a investir na reestruturação da vinha substituindo vinhas velhas por castas novas, algumas das quais internacionais, como a nossa syrah.

A Quinta de S. João Baptista tem um total de cerca de 115 hectares dos quais 97 com vinha.

Das castas plantadas, a maioria são para vinhos tintos – cerca de 74 hectares – e além das castas tradicionais portuguesas, como a Castelão, Trincadeira Preta, Touriga Nacional e Touriga Franca (50%), há também várias castas internacionais aqui plantadas como a mencionada Syrah, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon (50%). Os cerca de 21 hectares de castas brancas plantadas em 1991 são as tradicionais na região do Tejo: Arinto, Fernão Pires e Malvasia (65%) e ainda castas internacionais como o Chardonnay e o Sauvignon Blanc (35%).

A Quinta de S. João Baptista localiza-se no concelho de Torres Novas, na freguesia de Brogueira, região vitivinícola do Tejo.

A quinta possui um dos maiores centros de vinificação do grupo com capacidade para vinificar um milhão e meio de quilos de uvas. Está igualmente dotada de uma adega tradicional, que combina tradição e inovação, usando novas tecnologias como controle de temperatura em todas as cubas de fermentação.

Homero deixou escrito que: “Nenhum poema foi escrito até agora bebendo água”! Nós não escrevemos poemas, mas este texto não teria sido possível ser escrito, se tivéssemos bebido água em vez do Syrah da Quinta de S. João Baptista! E só temos pena de não termos mais nenhuma garrafa! Domage!

 

Classificação: 17/20                                           Preço: 7,00€

Quinta Vale de Fornos, 100% Syrah, Tejo, 2015

Hoje temos a alegria e o prazer gustativo de apresentar o Syrah da Quinta Vale de Fornos e do ano de 2015! Syrah que já sabíamos que andava por aí mas que tardava a chegar a Lisboa! Entretanto conhecemos o Filipe Baltasar que é o director do supermercado Leclerc em S. Domingos de Rana e simultaneamente o responsável pela secção de vinhos! Em conversa franca viemos a saber que já conhecia o Blogue do Syrah e que fazia questão em arranjar o Syrah Quinta Vale de Fornos! Dito e feito! Numa semana a questão resolveu-se e valeu a pena porque se trata da melhor colheita deste Syrah ou não fosse do ano de 2015!

Syrah da Quinta Vale de Fornos, um vinho de cor granada, que segundo as notas de prova é “Muito complexo aromaticamente, destaca-se a harmonia entre a fruta madura, as compotas e as especiarias. Com uma profundidade e frescura inigualáveis, é na boca que se expressa todo o potencial de evolução deste Syrah Reserva 2015.”

Tem uma graduação alcoólica de 15%. Quatro colheitas viram até agora a luz do dia: as de 2005, 2007, 2012 e esta, em análise, de 2015.

Quinta Vale de Fornos situa-se no concelho da Azambuja, em pleno coração do Ribatejo, beneficiando de uma excelente localização e de uma deslumbrante envolvência paisagística.

A Quinta Vale de Fornos é hoje o resultado da história que ao longo dos séculos por ali passou, consolidando a sua responsabilidade cultural. Comprada por Dª Antónia Ferreira (a Ferreirinha) para oferecer à sua filha, por altura do casamento desta com o 3º Conde da Azambuja, esta propriedade foi palco de vários episódios históricos, onde figuraram tão ilustres nomes como Napoleão Cristovão Colombo.

Diz-se que nesta propriedade estiveram alojadas as tropas de Napoleão durante as invasões Francesas e pelos seus vinhedos terá também passado Cristovão Colombo a caminho da casa de D. João II em Vale do Paraíso, para comunicar ao Rei a descoberta do Continente Americano.

Sendo uma propriedade de 200 hectares que alia a herança histórica e a tradição cultural ao lazer, aos eventos e, principalmente, à produção de vinhos, a Quinta Vale de Fornos torna-se um espaço único para quem a visita, onde impera a sintonia entre as suas diversas valências, entre elas o Enoturismo e Eventos.

Com uma tradição que remonta ao século XVIII, o objectivo da Quinta Vale de Fornos é internacionalizar a sua esfera comercial, preservando os seus valores culturais e as características próprias dos seus produtos. Dispondo de uma imponente casa senhorial, cuja traça e cor, características das paredes, sempre foram mantidas, a propriedade goza de uma forte tradição, tanto pela antiguidade e pelo património, como pela ligação a ilustres famílias da Nobreza.

A Quinta de Vale de Fornos foi adquirida pelos presentes proprietários em 1972 a D. Pedro de Bragança.

Syrah da Quinta Vale de Fornos é um daqueles vinhos com peso histórico a que ciclicamente apetece regressar! Alguém disse que a “Realidade é a ilusão que se apodera da pessoa quando lhe falta vinho.”

Que o Syrah da Quinta Vale de Fornos não nos falte!

 

Classificação: 18/20                                                     Preço: 12,45€

 

Quinta da Lapa,100% Syrah, Tejo, 2015

De caras dizemos, e sem qualquer tipo de dúvida: Este Quinta da Lapa de 2015 é a melhor colheita de sempre deste Syrah!
O ano de 2015 continua a dar cartas, para nossa imensa satisfação!

Deste Syrah conhecíamos duas safras. A de 2010, e a de 2012. A fermentação é feita em cubas de inox com temperatura controlada. O estágio foi de 12 meses em meias pipas de carvalho francês e americano. Tem uma longevidade garantida pelo produtor de 8 anos. A graduação alcoólica é de 14%. O enólogo de serviço é mais uma vez, e isto apesar de não estarmos na Península de Setúbal, Jaime Quendera! As notas de prova do enólogo dizem-nos que tem “excelente cor. Aroma com notas de frutos pretos e especiarias típicas do Syrah. Bom volume de boca com taninos presentes, mas macios. Final longo.”

A Quinta da Lapa está implantada na região vitivinícola do Tejo, outrora denominada Ribatejo, onde vinho, cultura e história correm juntos desde os primórdios da Lusitânia.
O grande e caprichoso rio Tejo assume nesta região particular esplendor histórico, tanto por ser elo de ligação com Lisboa, como por ter sido ele próprio via de comunicação e comércio com toda a Europa. Os castelos templários e as grandes planícies de cultivo são disso testemunho. As cheias e a força do rio fizeram com que ao longo dos tempos as terras essencialmente argilo-calcárias coleccionassem elementos raros como conchas e seixo rolado. Este aspecto define, quase só por si, a assinatura da Quinta da Lapa, havendo contudo ainda que lhe acrescentar a alternância dos dias tórridos e manhãs muito frescas no Verão, quando as uvas estão a robustecer-se para a vindima. O perfil dos vinhos Quinta da Lapa é, por isso, a um tempo mineral e profundo, conseguindo aliar uma excelente maturação fenólica a uma grande frescura, quando normalmente isso só se consegue com vinhedos de altitude. A Quinta da Lapa conta com 67 hectares de vinha em exploração, dividida em talhões com idades compreendidas entre 6 e 15 anos.A orientação mais frequente das fiadas é nascente-poente, o que permite, quando se aproxima a vindima, uma maturação óptima dos bagos. Os dias são muito quentes mas à noite instala-se sempre a frescura, trazida pela brisa atlântica que ao longo de todo o ano se faz sentir.

As instalações de vinificação são contíguas à casa da quinta, e permitem a manipulação total das uvas e massas vínicas, desde a vindima até ao engarrafamento. A proximidade das vinhas é um factor importante para a qualidade da matéria-prima, refletindo-se na qualidade final dos vinhos. A base tecnológica instalada permite o controlo total da temperatura, em todas as fases, bem como dos tempos óptimos para cada perfil de vinho que se procura produzir.

O escritor sobre vinhos João Filipe Clemente escreveu:
“Vinho não é feito para impressionar e sim para satisfazer. Se no processo ele também impressionar tanto melhor!”
Este Syrah de 2015 da Quinta da Lapa impressionou e no seu processo evolutivo ainda terá muito mais para dizer! Venha ele!

 

Classificação: 17/20                                                    Preço: 6,90€

Marufa, Alegre – Sociedade Agrícola, 100% Syrah, Tejo, 2013

E hoje apresentamos mais um novo Syrah desta vez do Tejo, Santo Estevão, Benavente e do ano de 2013! Esta é a segunda colheita deste Syrah. A primeira tinha acontecido em 2011!
É sempre com um especial “brilhozinho nos olhos” que damos conta de um novo Syrah e ainda por cima de qualidade! Apesar de 2013 tem uma longa evolução pela frente!
As notas de prova dizem-nos que “Apresenta uma cor granada profunda e um aroma intenso com evidência de pimenta preta, caixa de tabaco e algum cassis em perfeita harmonia com a tosta de carvalho. Na boca mostra concentração, frescura e elegância apresentando os taninos bem polidos e de boa qualidade.”
O produtor é o Rui Alegre e o enólogo é o conhecido Filipe Sevinate Pinto. A graduação alcoólica é de 14,5% e foram produzidas 3300 garrafas!

A Alegre – Sociedade Agricola situa-se no coração de Santo Estevão, Benavente, desenvolvendo actividade agrícola em 68 hectares.

A vinha, com 8 hectares, vem sendo plantada, desde 2009, em condições particulares capazes de proporcionar um terroir de características únicas, tornando Santo Estevão numa nova “sub-região” produtora de vinhos.
As castas predominantes são as Syrah e Touriga Nacional a que se juntaram, mais tarde, as Alicante Bouschet, Petit Verdot, Cabernet Sauvignon, Tinta Francisca e Sangiovese. Nas castas brancas prevalecem, a Arinto, o Verdelho e Sauvignon Blanc.
Com o objectivo de potenciar a qualidade das uvas, limitando a produção, procede-se à poda em verde, à monda de cachos, ao enrelvamento na entre-linha e à rega gota-a-gota.
A vinificação é em adega própria, circundada pela vinha, com desengace, esmagamento e corte em lagar de granito e fermentação em cubas de inox, a temperatura controlada, e, parte, em barricas.
O estágio é feito em cubas de inox e em barricas de carvalho francês ao que se segue um estágio, em garrafa, no mínimo, de cinco meses.

Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa nas “Odes” escreveu:
‘Não só vinho, mas nele o olvido, deito
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não ‘spera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.’
Lemos este poema e bebemos uma taça do Marufa do Tejo de 2013!

 

Classificação: 17/20                                                      Preço: 10,90€