E hoje estamos na região vinícola do Tejo para apresentar um grande Syrah:
Quinta da Lagoalva de Cima, 2010.
A Quinta estende-se pela margem sul do Tejo, desde perto da vila de Alpiarça até cerca de onze quilómetros da cidade de Santarém.
Façamos um pouco de história. Em 1834, a Quinta da Lagoalva é comprada por Henrique Teixeira de Sampayo, 1º conde da Póvoa. Em 1841-42 todos os bens passam para Dona Maria Luisa Noronha de Sampaio, que se casa em 1846 com Dom Domingos António Maria Pedro de Souza e Holstein, 2º Duque de Palmela, revertendo a partir dessa época os bens para a Casa Palmela.
Sucessivamente em poder dos seus descendentes, as terras são desde 1950 até hoje pertença da Sociedade Agrícola Quinta da Lagoalva de Cima SA.
A Quinta tem uma longa tradição como produtora de vinhos, que remonta a 1888, ano em que esteve presente na Exibição Portuguesa de Indústria. Com uma área de sete mil hectares aproximadamente, as suas principais produções são o vinho, o azeite, a cortiça, a floresta, cereais, vacas e ovelhas, e o cavalo lusitano. A produção anual ronda as duzentas e setenta mil garrafas e os cinquenta hectares de vinhas da Quinta da Lagoalva estão implantados nos melhores “terroirs” do Tejo, e são constituídos pelas castas nacionais e mundiais com as melhores aptidões, enologicamente comprovadas.
E é aqui que entra o nosso Syrah!
Feito pelos enólogos Diogo Campilho e Pedro Pinhão, o Syrah da Quinta da Lagoalva de Cima, cuja primeira safra é de 1994, provém de pequenos talhões cujas uvas seleccionadas são vindimadas à mão para caixas, e chegam à adega ainda durante a manhã. Após 3 dias de maceração pré fermentativa, a fermentação alcoólica ocorre em lagares de inox a 24ºC. As massas são espremidas em prensa hidráulica e a fermentação malo-láctica ocorre em barricas (novas e 1º ano) de carvalho Francês, onde estagia doze a catorze meses.
As safras seguintes deram-se nos anos de 1997, 2000, 2005, 2008 e a presente de 2010.
Apenas feito em anos excepcionais, este vinho de cor granada e aroma intenso tem no nariz segundo os seus produtores “notas de especiarias, fruta preta madura e tabaco. Na boca tem profundidade, taninos elegantes e um final longo.”
Como dizia Roland Betsch, segundo a nossa versão: “No Syrah está verdade, vida e morte. No Syrah está aurora e crepúsculo, juventude e transitoriedade. No Syrah está o movimento pendular do tempo. No Syrah se espelha a vida.”
Não foi divulgado nem a quantidade de garrafas que foram feitas, nem quando será a próxima safra. Sabe-se que é exportado para vários países como Canadá, Brasil, França, Bélgica, Alemanha, Áustria, Reino Unido e também para Macau. Isto significa que deve haver poucas garrafas disponíveis, o que explica a grande dificuldade em as encontrar. Tentem na garrafeira Estado d`Alma, mandando reservar.
E vale a pena porque se trata de um Syrah fabuloso!
Classificação: 18/20 Preço: 28,50€