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São Filipe, Filipe Palhoça, 100% Syrah, Setúbal, 2015

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A Quinta da Invejosa no Poceirão tem para apresentar um Syrah a 100%, como deve de ser,  sempre!
E que Syrah! Bem superior às safras anteriores! Basta ser de 2015!
Tomem nota: daqui a uns anos bastará dizer que é Syrah de 2015 para se saber da sua superioridade em relação às colheitas anteriores!

A boa relação qualidade/preço fazem deste Syrah uma boa hipótese para o consumo diário da nossa beberagem preferida. A fermentação foi feita a 28ºC, com desengace total e maceração peculiar suave e prolongada em cubas de inox, seguida de estágio 8 meses em barrica de carvalho. As notas de prova falam em “cor granada, com um aroma intenso e marcado por especiarias com corpo robusto e típico da casta. O paladar é macio e volumoso, com taninos suaves. O final é suave e persistente.” Tem um teor alcoólico de 14% e o enólogo responsável, como não podia deixar de ser, porque estamos a falar de um Syrah de Setúbal, é o grande enólogo Jaime Quendera!

Filipe Palhoça, como produtor de vinhos, viu as suas raízes crescerem a partir de uma pequena e antiga adega pertencente a seu pai, João Loureiro Palhoça. Desde cedo ligado ao mundo da viticultura e produção de vinhos, consegue adquirir novas propriedades e construir uma nova adega em 1984, na Quinta da Invejosa, freguesia do Poceirão.
Durante cerca de 20 anos a produção esteve orientada para o mercado a granel, mas com a crescente alteração do consumo e dos mercados nacionais e internacionais, deu-se início, em meados da década de 90, a uma nova fase de comercialização e engarrafamento do vinho, produzido com marca própria. Actualmente os vinhos são vendidos directamente na adega e em cadeias de supermercado.

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As vinhas estão localizadas no concelho de Palmela, nomeadamente entre as freguesias de Poceirão e Marateca, em solos com características especificas e únicas desta região, designadamente solos arenosos. No campo ambiental todas estão inseridas no regime de produção integrada, respeitando assim o ambiente ao utilizar o menos possível produtos químicos. Equipada com a mais moderna tecnologia, todo o equipamento em inox, com cubas e lagares ligados ao sistema de frio com o objectivo de assegurar as fermentações a temperaturas controladas, capaz assim de vinificar toda a uva das várias propriedades de forma a produzir vinhos de qualidade.

Charles Baudelaire dizia:
“Embriaga-te sem cessar! Com Syrah, com poesia e com virtude!”
O São Filipe que hoje aqui nos trouxe convida a uma virtuosa embriaguez com basta virtude… vamos a isso!

 

Classificação: 16/20                                                Preço: 5,99€


 

Monte Alegre, Quinta do Monte Alegre, 100% Syrah, Setúbal, 2013

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O Syrah 2013 da Quinta do Monte Alegre aparece este ano com uma nova roupagem, por sinal bem melhor que a anterior, em nossa opinião. A colheita é também de qualidade superior. Bem vistas as coisas ficamos todos a ganhar. O produtor mas também, como é óbvio, o consumidor.

A Quinta do Monte Alegre está localizada em Fernando Pó, terra de vinho por excelência. Em termos de notas de prova, podemos falar de “fruta preta densa, notas químicas de alcatrão, cacau tostado, num todo intenso e imponente. Encorpado e texturado, com acidez alta bem integrada, taninos finos bem envolvidos, tudo franco, bem feito, directo.” Este Syrah tem uma graduação alcoólica de 14,5% ao contrário do Syrah do ano anterior que tinha 14%.

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A Adega Xavier Santana foi fundada em 1926 por Xavier Santana precisamente, empresa que permaneceu em seu nome próprio até à década de 70, quando foi constituída em Sociedade Familiar com a designação actual de XAVIER SANTANA SUCESSORES, LDA.
A actividade comercial da empresa centrou-se inicialmente na produção e comercialização de vinhos em barril e na preparação de azeitonas de mesa, na sua adega localizada na vila de Palmela, até aos dias de hoje. Em 1990, a conjuntura de mercado proporcionou o investimento da empresa no engarrafamento dos vinhos como aposta na sua expansão a vários níveis, sustentada pela relação superior de qualidade/preço dos seus produtos. Com o engarrafamento dos seus vinhos, a Xavier Santana apresentou-se ao consumidor com a marca de vinho de mesa Casta Rica, à qual se seguiu a marca Xavier Santana para vinho generoso, e mais recentemente, as marcas Terras da Vinha e Quinta do Monte Alegre, vinhos de Indicação Geográfica ‘Península de Setúbal’ e ‘Palmela D.O.’ respectivamente – os quais vieram a assinalar um novo patamar evolutivo na história da empresa.alegre_empresa

Aaram Sequerra disse:
“Quando tomados em pequenas quantidades, o vinho ou outras bebidas de baixa graduação alcoólica elevam o bom colesterol”.
Então olhem, mais um golinho da Quinta do Monte Alegre, para ser apreciado e alegrar o coração de quem bebe com sabedoria!

 

Classificação: 16/20                                                     Preço: 5,50€

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Monte da Caçada, Casa Santos Lima, 100% Syrah, Lisboa, 2014

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A Casa Santos Lima é o maior produtor de “Vinho Regional Lisboa” e “DOC Alenquer”, o que faz que seja o maior produtor de vinhos da região de Lisboa. Como tal a Casa Santos Lima teria que ter o seu Syrah, e ainda bem. Mas a partir de agora passa a ter dois Syrah. O Syrah da Casa Santos Lima, de que podemos encontrar no mercado a colheita 2012, e agora este Monte da Caçada 2014, que saiu há relativamente pouco tempo para nossa satisfação!

Isso acontece porque apesar do preço ser relativamente superior ao do seu “irmão”, a qualidade supera, e muito, a diferença de preço. As notas de prova falam de um vinho “de cor rubi, bem definida, com intensos aromas a fruta madura como ameixas e frutos do bosque bem casados com suaves notas de carvalho. Combina na perfeição com comida e tem uma excelente capacidade de envelhecimento.” As uvas, previamente desengaçadas, passaram por uma maceração pré-fermentativa a baixas temperaturas durante 24 horas. A fermentação alcoólica foi feita em cubas de aço-inox com controlo de temperatura, não ultrapassando 27.ºC, durante 12 dias. Estágio de nove meses em barricas de carvalho francês e americano. Tem uma graduação alcoólica de 14,5%.

As propriedades da empresa pertencem à família Santos Lima há mais de um século sendo, desde há várias gerações, grandes produtores de vinho. No entanto, só em 1996, quando José Luís Santos Lima Oliveira da Silva abandona a sua carreira de mais de 20 anos no sector financeiro, teve início o engarrafamento e comercialização dos seus vinhos.
A Casa Santos Lima é uma empresa familiar, fundada por Joaquim Santos Lima, que, no final do século XIX, era já um grande produtor e exportador de vinhos. Maria João Santos Lima e José Luís Santos Lima Oliveira da Silva, neta e bisneto do fundador, gerem a empresa desde 1990, tendo procedido à replantação de grande parte das vinhas e modernizado toda a infra-estrutura produtiva.

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As vinhas  distribuem-se por várias Quintas contíguas, com destaque para a Quinta da Boavista, Quinta das Setencostas, Quinta de Bons-Ventos, Quinta da Espiga, Quinta das Amoras, Quinta do Vale Perdido, Quinta do Figo e Quinta do Espírito Santo, que cobrem uma área total de aproximadamente 390 hectares.

As propriedades da Casa Santos Lima estão situadas no concelho de Alenquer, 45 km a norte de Lisboa, numa região onde a tradição vitivinícola é secular e as típicas paisagens rurais aparecem com enorme beleza. As vinhas estendem-se por encostas suaves em altitudes compreendidas entre 100 e 220 m, com excelente exposição solar e um clima temperado pela suave brisa marítima do oceano Atlântico, que se encontra a cerca de 26 km para oeste.
O tipo de solo predominante é o argilo-calcário, do período do Jurássico Superior, tendo sido encontrados numerosos exemplos de fósseis de vida marinha. A replantação da vinha tem sido feita a um ritmo regular desde 1990, com as mais nobres castas Portuguesas, que aqui apresentam um carácter regional único e também, em menor escala, com as melhores castas internacionais. É possível encontrar na Casa Santos Lima cerca de 50 variedades de castas diferentes (algumas com carácter experimental).

“O vinho e a música sempre foram para mim um magnífico saca-rolhas.”
Dizia o escritor russo Anton Tchekhov!
Fica o nosso convite para, declamando este adágio, experimentarem o Syrah Monte da Caçada de que aqui vos falamos.

 

Classificação: 17/20                                           Preço: 7,60€

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Castelo de Arraiolos, Herdade das Mouras de Arraiolos, Alentejo, 2015

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O Syrah do Castelo de Arraiolos é o terceiro Syrah de 2015, de que temos conhecimento, a ver a luz do dia! O anterior tinha sido o Herdade das Mouras de Setúbal . Mas há uma curiosidade extra: ambos foram elaborados pelo mesmo enólogo – Jaime Quendera!
É caso para dizer mais uma vez: “Este homem está em todas!”

Também se começa a tornar um padrão, este syrah de 2015 é superior ao seu congénere do ano anterior! As coisas são o que são. E o ano de 2015 está a sair verdadeiramente bombástico!

O consumo pode ser imediato ou durante os próximos 6 anos. A graduação alcoólica é de 13,5%. Seleccionámos as notas de prova  que falam de “um Syrah de cor vermelho rubi. O paladar é encorpado e com final de boca elegante.”

O projecto Adega das Mouras começou no ano de 2000, com a compra das terras por parte de um empresário de Lisboa, Henrique Neves dos Santos. A herdade tem na totalidade mais de 300 ha, estando uma grande parte ocupada com vinha. A herdade tem um verdadeiro mar de vinhas com mais de 226ha, sendo uma das três maiores vinhas contínuas da Europa, que ficou completa entre 2004/2005. As cepas mais velhas são de 2002, ano em que se começou a plantar a vinha que hoje lá existe. Entre 2000 e 2002 arrancou-se vinha para produção de uva de mesa que já lá existia e estudou-se o terroir específico da Adega das Mouras, de forma a preparar-se o solo para plantação de vinho e decidir-se as castas indicadas.

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A Adega das Mouras de Arraiolos é um projecto empresarial privado. Localizada no município de Arraiolos, histórica Vila do Alentejo, conhecida pela sua tradição secular de fabrico de tapetes bordados à mão, com o mesmo nome da terra, a Herdade das Mouras de Arraiolos é um testemunho vivo de uma nova geração de produtores que enriquece as mais genuínas tradições.

Apesar de ser uma empresa ainda pouco conhecida no mercado, inclui as referências Castelo de Arraiolos, Conde de Arraiolos, Mouras de Arraiolos, Moira’s, Monte das Parreiras, Maria da Penha, Talha Real, Vinha da Mouras, Adegas das Mouras, entre outras. A aposta vai para a venda em quantidade nas grandes superfícies, não sendo por isso de surpreender que a adega tenha sido projectada, precisamente antes da vindima deste ano, para ter uma capacidade de produção de perto de 3 milhões de litros e de armazenamento cerca de 5 milhões.

Galeno, médico grego, dizia:
“O Vinho bebido sobriamente e com moderação é admirável remédio e única consolação do homem”.
O Syrah Castelo de Arraiolos é um Syrah jovem, não muito complexo, fresco, para um tinto, e com uma relação qualidade/preço difícil de igualar, mas em nosso entender superior ao seu congénere de 2014.
Valeu e estamos nele em força!

 

Classificação: 16/20                                                     Preço: 1,99€


 

Salira, Adega Cooperativa de Lagoa, 100% Syrah, Algarve, 2005

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O Blogue do Syrah, com a ajuda sempre inestimável da Garrafeira Estado de Alma, lá descobriu um novo Syrah, neste caso do Algarve: Adega Cooperativa de Lagoa, de nome Salira, e do ano de 2005.

Basicamente trata-se de uma curiosidade histórica, visto que está esgotado faz muitos anos, como não é difícil de perceber!

Há uma pequena confidência que é necessário fazer. Durante muitos e muitos anos sempre pensámos que o mundo vitivinícola em Portugal acabava no Alentejo, na fronteira com o Algarve. Para chegar a esta conclusão bastou na altura ter bebido dois ou três vinhos em momentos diferentes, todos eles da Adega Cooperativa de Lagoa, para chegar a esta conclusão tenebrosa: o Algarve não tinha préstimos em termos vitivinícolas. Hoje as coisas são muito diferentes. Há trinta anos, por exemplo, não havia Syrah, e nos outros vinhos fizeram-se mudanças incríveis. Já nem sequer  a Adega Cooperativa de Lagoa existe! A Única, Adega Cooperativa do Algarve, resultou da fusão, em 2008, das Cooperativas de Lagoa e Lagos, visando potenciar o melhor dos vinhos algarvios e manter viva a tradição vinícola da região. Apesar dos seus 64 anos, a Adega Cooperativa do Algarve continua a fazer história.

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O Salira Syrah é, tanto quanto foi possível apurar, a única colheita de monocasta Syrah feita pela Adega. A prova disso é que por exemplo o Salira 2009 é um blend com Aragonez, Crato Preto, Syrah e Touriga Nacional.

Este Syrah tem 13% de graduação alcoólica e percebe-se que o tempo passou por ele com amplitude. Na cor, assim como no nariz e obviamente na boca, percebe-se que tem bem os 11 anos que o rótulo diz ter. Está muito interessante para um Syrah geriátrico. Não sabemos quanto tempo mais demorará a começar uma evolução descendente.

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Por isso é melhor não hesitar. Se este Syrah despertou interesse ao leitor, o Blogue do Syrah dá-lhe uma dica: a garrafeira Estado de Alma tem lá ainda umas três ou quatro garrafas. É de aproveitar!

Platão escreveu, colocando na boca de Sócrates, o seguinte:
“O Syrah molha e tempera os espíritos e acalma as preocupações da mente… Syrah reaviva nossas alegrias e é o óleo para a chama da vida que se apaga… Bebido moderadamente em pequenos goles de cada vez, Syrah beijará os pulmões como o mais doce orvalho da manhã… Syrah não viola a razão, convida-nos gentilmente a uma agradável alegria.”
Aproveitem e façam o dito com este Salira Syrah… enquanto houver!

 

Classificação: 16/20                            Preço: 8,50€


 

Quinta de Arcossó, 100% Syrah, Trás-os-Montes, 2012

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A colheita 2012 do Syrah da Quinta de Arcossó chegou recentemente ao mercado e, claro, logo que disso tivemos conhecimento partimos em sua demanda. Cá está ele.
E cumpriu inteiramente as nossas expectativas.

Este é um Syrah com características muito especiais, diríamos mesmo únicas!
A quinta, do produtor Amílcar Salgado, homem de uma grande disponibilidade comunicativa, possui doze hectares de vinha, produz diversos vinhos desde 2005, e está situada naquele que é considerado o local mais rico da Europa em águas minerais. Basta pensarmos nas águas Campilho, nas águas Vidago ou nas conhecidíssimas Pedras Salgadas, para além de outras que povoam toda esta região. Isto faz com que o Syrah seja muito mineral, sobretudo no primeiro envolvimento na boca, sobressaindo de seguida toda a complexidade da casta. É por isso que podemos dizer que se trata de um Syrah único, possuidor de características que não encontramos em mais nenhum Syrah em Portugal, quiçá no mundo.

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A Quinta de Arcossó está situada numa região de tradições vitícolas já muito antigas, anterior aos romanos, com um solo de origem granítica onde crescem castas adaptadas à região. Quem diria que a casta Syrah se poderia adaptar tão bem a este “terroir”! Diz-nos o produtor que “todos os vinhos tintos são transformados com pisa a pé” e por isso recorre à enologia de Francisco Montenegro, técnico com vasta experiência.

O Syrah tem 14,5 de graduação alcoólica, e estagiou durante dezasseis meses em barricas de carvalho francês. Diz-nos o produtor que tem “cor ruby profunda, com intensidade aromática, onde predominam bagas maceradas e especiarias com baunilha da madeira. Na boca evidencia corpo, boa acidez, sabores a fruta, taninos densos e elegantes e saboroso final.”

A pequena produção de apenas duas mil garrafas, faz com que seja difícil de encontrar! Na grande Lisboa existiam dois sítios onde isso é possível: Oeiras, Néctares d`Aldeia no número 7 do Largo 5 de Outubro; Lisboa, Prazeres da Terra no número 6ª do Largo da Estefânia. Agora também na garrafeira Estado d’Alma quer na Alexandre Herculano quer em Alcântara!

É um Syrah que impressiona pela qualidade mas também pela especificidade! Quem gosta de Syrah não poderá ficar insensível a esta Quinta de Arcossó!
Como disse Pierre Leroi:
“Os Vinhos de Portugal? É todo o sol, a luz, a cor e a vida inteira deste maravilhoso País!”
E isso inclui seguramente este Syrah de Trás os Montes!

 

Classificação: 17/20                            Preço: 9,95€