Almeida Garrett, SABE, 100% Syrah, Beira Interior, 2007

garrafa

Almeida Garrett!
Se alguém pensou por momentos que íamos falar de literatura, desengane-se. É de syrah que vamos falar! Mas para nós o syrah está para a literatura como o vinho está para os romances de cordel! Carlos Arruda dizia-nos que “O vinho é o melhor lugar para se encontrar com os amigos”.

O syrah Almeida Garrett já viu por três safras a luz do dia. Em 2003, em 2005 e a última até agora, a de 2007. Todas elas com 15000 garrafas segundo as indicações de João Santos, do departamento comercial, com quem falámos.

A aposta na informação digital está pouco presente o que explica o facto de nos ter sido dito que o site ainda está em construção.

O que podemos saber deste syrah é por via indirecta, como por exemplo no site The Wine Detective, onde é dito, e traduzimos “um ciclo de maturação mais curto do que as uvas tradicionais contribui para uma envelhecimento mais fisiológico. Obtém-se assim um paladar florido e picante, sensível no nariz, sentindo-se o aroma frutado da amora, cereja e groselha; aos taninos falta um pouco de refinamento, mas o valor acrescentado torna-o uma boa escolha.”

Portugal é um país muito diverso que não se resume às regiões usualmente faladas, como Douro ou Alentejo. O Portugal vinícola é muito mais que isso. Um mosaico, um mármore de grande diversidade, e aí reside a beleza! Em cada raio de 5 km encontra-se uma coisa diferente, um estilo, um know-how. Muito diferente da monotonia ou uniformidade que se verifica em muitos países, onde se palmam quilómetros e vê-se e saboreia-se e sabe-nos tudo ao mesmo.

Em plena Beira Interior, em Tortosendo, nas faldas da Serra da Gardunha encontramos a SABE – Soc. Agrícola da Beira, S.A.

E diga-se que têm alguma qualidade. As poucas vezes que tivemos o prazer de saborear e apreciar um pouco dos seus vinhos foi em feiras e certames.

José Almeida Garrett comanda os destinos e rumo das vinhas da Família, em Tortosendo. Ele e sua família são descendentes directos precisamente de Almeida Garrett, grande escritor, poeta, novelista, dramaturgo, e estadista, chegando mesmo a ministro dos negócios estrangeiros. Daí a designação de boa parte dos vinhos desta casa.

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As vinhas têm solo granítico, sendo que uma das vinhas perto de Tortosendo tem 12 hectares entre Tinta Roriz e Touriga Nacional, com a respeitável idade de perto de 30 anos, a uma altitude de 430-450 metros. Perto do Rio Zêzere, existem 16 hectares, a uma altitude de 320-360 metros com solo areno-granítico. Existe ainda uma terceira vinha, também com 16 hectares, plantada perto da Covilhã em 1998, a uma altitude de 550-580 metros.

Estabelecidos em Castelo Branco desde o século XIX, sempre produzindo vinhos para consumo na região, a família Almeida Garrett começou a dedicar-se à actividade comercial nos anos 90, investindo em tecnologia e apostando na modernidade com a preservação das características mais preciosas das castas locais que produz. Dentro da filosofia de elaborar vinhos portugueses seleccionados de nível internacional, imprime em seus blends e varietais o melhor das cepas portuguesas.

Pioneiros no cultivo da casta Chardonnay em Portugal, foi a família Almeida Garrett quem levou as primeiras cepas dessa uva da França para seu país – é dessa variedade que produz seus vinhos brancos.
Os vinhos Almeida Garrett são produzidos na região de Beiras (DOC Beira Interior) , distrito de Castelo Branco, e já estão presentes e bem posicionados em importantes mercados da Europa (Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Noruega e Dinamarca) e Estados Unidos.

Mas os Almeida Garrett trazem a expressão máxima de uma Denominação de Origem Controlada ainda pouco conhecida por aqui: Beira Interior . Mais conhecida por seu afamado queijo da Serra da Estrela, a região demarcada da Beira Interior vive um processo de modernização e desponta com excelência para o mercado mundial.

A família secular, descendente como já dissemos do escritor do Romantismo português Visconde de Almeida Garrett, convive com a produção de vinhos desde que se instalou na região, no início do século XIX, porém para consumo próprio. Só em fins do século XX a geração actual dos Almeida Garrett apostou na produção com visão de mercado e dedica-se, desde então, à excelência e ao aprimoramento constante dos vinhos que leva a vários mercados.

A cada safra, ganham reconhecimento pela sua qualidade, competindo assim, com vinhos de outras regiões de Portugal, há décadas conhecidas em todo o mundo.
Em 1974 foi fundada a Sociedade Agrícola da Beira S. A , que congrega as propriedades de 3 dos 4 irmãos Almeida Garrett, área correspondente a 14 hectares com vinhedos entre 16 e 70 anos, 18 hectares com 4 anos, 18 hectares com 2 anos e 4 hectares a serem plantados. O enólogo é João Vidal.

As castas tintas são Tinta Roriz, Tinta Barroca e Trincadeira são as variedades nas vinhas velhas, e Touriga Nacional, Trincadeira e Tinta Roriz são as variedades nas vinhas novas com Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah. Nas castas brancas temos o Chardonnay.

De tudo isto nasceu pois um syrah que não envergonha, de modo algum, a região que o viu nascer!

Classificação: 16/20                                           Preço: 9,90€


 

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