Daily Archives: 21/02/2016

Que bebe o Blogue do Syrah quando se encontra para uma comezaina?

Esta hoje é fácil!
Bebe cerveja? Bebe vinho? Bebe outras coisas perniciosas que andam por aí? Claro que não…

Bebe Syrah, evidentemente, como se pode ver!

jantar_blog_syrah

E que Syrah!!!

No comer, existe a divisão eterna entre a metade Carnívora e a metade Vegan no Blogue do Syrah, sempre em coexistência pacífica e tolerante. Os Syrah escolhidos combinaram perfeitamente com o menu da noite. Assim o ‘Shepperd’s Pie’ vegetal ombreou com galhardia ante o Arroz de Pato da outra parte. Para terminar em beleza, houve um consensual Tiramisu, onde a facção Vegan passou temporariamente a vegetariana!

Do que se bebeu, a nota máxima vai para o Esporão de 2002, Alentejo, que Syrah!, absolutamente superlativo, envelheceu de forma vetusta, como é de esperar de um Syrah. Fez estágio em carvalho americano, e logo no aroma se percebeu a profundidade temporal, os frutos maduros bem apurados, chocolate, de intensa complexidade, verdadeiramente rico e concentrado no paladar… inesquecível! Pena ser já difícil, ou mesmo impossível, de encontrar. Foi uma despedida que fica na memória.

Dos estrangeiros no cardápio, achámos o Australiano superior ao Francês.

Austrália é terra de grande Syrah, onde é casta maioritária. O Shiraz Lehmann de Barossa Valley, oferta de um nosso seguidor, primou pela robustez e generosidade, com aromas ameixoados e um certo chocolate intenso, onde o estágio de 12 meses se notou da forma positiva. Não é português mas deu boa réplica.

O gaulês, adquirido em Estrasburgo numa garrafeira junto à Catedral onde o Syrah tinha lugar de destaque, não se revelou à altura dos seus companheiros de mesa, mesmo ostentando Grande Reserva no escaparate. Embora de um rubi profundo e intenso no nariz em frutos vermelhos e alguma especiaria, nem a boca ampla o salvou de o considerarmos um Syrah mediano. No entanto a região onde nasceu arroga-se de grandes pergaminhos. Diz o produtor que a casta foi introduzida na Gália durante o século III, e é entre Lyon e Avignon que desenvolve toda a sua expressão aromática intensa. Quem somos nós para discordar… mas discordamos.

Foi assim!