Monthly Archives: March 2016

Hotel Lindenwirt – Que tal dormir dentro de um barril?!

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Que tal hospedar-se dentro de um barril?

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Vamos a isso, pois um hotel na Alemanha, o Lindenwirt Das Weinhotel, em Rüdesheim am Rhein, propõe isso mesmo, um quarto dentro de barris de 6000 litros! E com duas camas, salinha e quarto de banho… um luxo.

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Claro, a degustação de vinhos na adega do hotel está incluída. No nosso caso, falta uma condição para a estadia ser perfeita: que a adega tenha Syrah à disposição do cliente!


 

Como abrir uma garrafa de Syrah com uma chave

Ter uma garrafa de Syrah para beber e não ter um saca-rolhas à mão é um pesadelo que queremos bem longe. Felizmente, existe este truque, executado com a uma chave normalíssima, que funciona muito bem, e não há muito perigo de arruinar a chave no processo.

Este vídeo explica todo o processo de como retirar uma rolha de uma garrafa de vinho com uma ferramenta que todos temos no bolso.

E olhando bem podemos ler parcialmente o rótulo da garrafa, Cotes… du Rhone, com toda a certeza, logo trata-se mesmo de um Syrah gaulês!


 

Produção de Vinho aumenta 13%

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Hoje dois pequenos apontamentos com dado que retirámos do Instituto da Vinha e do Vinho.

A primeira diz que a produção da nossa bebida preferida aumentou 13%, com o volume total a ultrapassar os 7 milhões de hectolitros.

A continuação das condições climáticas favoráveis, antes e durante a vindima, potenciou o aumento da produção, traduzindo-se num acréscimo de mais 5% face ao previsto (8%), que foi também acompanhado em termos qualitativos e vai contribuir para uma melhoria nos stocks de vinho e potenciar o aumento das exportações de vinho nacionais, resultando também numa diminuição das importações

A situação em Portugal segue a tendência das estimativas divulgadas por Bruxelas para a Europa que aponta para um aumento de 3% da produção, com a Itália, na qualidade de maior produtor europeu de vinho, a prever um acréscimo de 13% face à campanha anterior (+5,6 milhões de hectolitros).

Seguindo esta lógica seremos de esperar que também o nosso Syrah se apresente em alta a todos os níveis. Cá estaremos para o receber de paladar aberto!

 

A outra nota de hoje fala do novo regime de autorizações para plantação de vinha, que é aplicável no período de 1 de Janeiro de 2016 a 31 de Dezembro de 2030. Este novo regime prevê anualmente a atribuição graciosa, aos produtores, de autorizações para novas plantações de vinha.
Com a publicação do Despacho n.º 3071/2016, de 29 de Fevereiro foram fixadas, a nível nacional e para o ano de 2016, as regras e os critérios de elegibilidade e de prioridade e os procedimentos administrativos a observar na distribuição de autorizações para novas plantações de vinha.

Estas novas autorizações são válidas por três anos após a data da sua concessão, não sendo este prazo prorrogável.

Continuando a nossa lógica implacável, e para concluir, também aqui esperamos que mais e mais casta Syrah seja plantada, mais produção venha ao de cima, sempre com mais e mais qualidade… assim seja!


 

The Wine Show

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Vagueando por aí mundo cibernético adiante, fomos encontrar o projecto de uma prometedora série inglesa sobre Vinho. A qualidade ITV, e toda a subtileza e sofisticação que se pressente, desde logo fazem adivinhar algo a não perder e que desde já aguardamos ansiosamente!

Estão previstos 13 episódios, e as filmagens decorrem pelo mundo inteiro, sobretudo por onde há bom vinho. A capitanear toda a excelência do percurso estão os actores ingleses Matthew Goode, que recentemente vimos na inolvidável série Downton Abbey, e Matthew Rhys que conhecemos por exemplo de mais um série que deixou memória Brothers and Sisters.

Tendo como base de apoio uma casa maravilhosa em Itália, aos dois actores juntam-se os especialistas Joe Fattorini e Amelia Singer, e o percurso estende-se ao mundo da culinária, aliado constante do mundo vinícola. De uma forma lúdica e apelativa são assim apresentados a quem aprecia vinho o melhor que existe a vários níveis, cultural, gastronómico, turístico, etc.

Com toda a certeza, assim queremos acreditar, a nossa casta favorita, Syrah, terá lugar de destaque, e quando isso acontecer esses serão os episódios que não vamos perder de que maneira for!


 

A grande maioria dos consumidores não entende as notas de degustação

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Uma pesquisa realizada pela One Poll, do Reino Unido, concluiu que mais de metade dos entrevistados não compreendem o conteúdo das notas de degustação dos vinhos. No total, 55% manifestaram que as descrições não ajudam a entender as características do vinho.

De acordo com a pesquisa, que contou com a participação de mil adultos, os consumidores do Reino Unido pensam que as descrições são mais “pomposas” do que úteis. Cerca de dois terços dos participantes disseram que nunca percebem os mesmos aromas do vinho que sugere o rótulo, e apenas 9% afirmaram olhar as críticas antes de escolher uma garrafa.

Há alguns termos, porém, que são úteis para os consumidores. Entre os mais elogiados estão, por exemplo, “fresco“, “suave“, “ácido“, “aveludado” e “terroso“, enquanto as menos úteis foram “estrutura firme“, “língua impactante“, “inquietante” e por aí fora tudo o que siga para o campo da abstracção.

Além disso, sete em cada dez pessoas responderam que dizer o sabor de uma fruta é a melhor maneira de descrever um vinho e que é muito útil quando se recomenda uma harmonização. Por fim, quase a metade dos entrevistados disseram que as descrições do vinho poderiam melhorar com palavras descritivas e comparações mais modernas.

Nós aqui no Blogue do Syrah não somos muito de abstraccionismos e jogos de palavras quando de trata de falar de um Syrah. Geralmente usamos uma linguagem simples e concreta, e a maior parte das vezes citamos o enólogo ou produtor, que esse sim tem uma visão bastante concreta do seu produto!

Como dizia Mark Twain “Não há padrões quando se trata de provar um Syrah… O paladar de cada bebedor é o seu padrão, e a maioria não pode decidir por ele, em menor grau que seja, o efeito supremo do seu próprio padrão!”


 

Os sabores elementares de um Syrah

Quando provamos um Syrah de que gostamos muito, sentimos imediatamente aquela sensação de prazer e anestesia geral, parece que o mundo se deteve e a única coisa relevante naquele momento é o líquido vínico que passeia pelas nossas papilas gustativas e desce garganta abaixo.
Depois desse momento de êxtase expressamos de um modo empolgado: Mas que Syrah! Que Syrah espectacular! Isso acontece graças ao sabor do Syrah.

As sensações gustativas revelam inicialmente quatro sabores elementares do Syrah: doce, salgado, ácido e amargo. Porém existe o quinto sabor, que é o ápice da sensação de ”delicioso”, que os asiáticos já conhecem por Umami. A sensibilidade cutânea transmite sensações tácteis (adstringência, aspereza e maciez ou untuosidade), térmicas e dolorosas, que poderíamos definir como complementares; o olfacto por sua vez fornece o aroma, que é o componente mais importante do gosto, pois é o que mais influencia o carácter e determina a qualidade. Todas estas sensações são percebidas quase ao mesmo tempo, e por isso muitas vezes é difícil analisar, separar e atribuir cada uma delas a uma determinada modalidade sensorial.

Para conseguir tirar o máximo proveito de um Syrah, existem técnicas que ajudam a sentir melhor os sabores, e com isso, ter uma melhor experiência na hora da degustação.
Uma dica básica é deixar o Syrah passear livremente pela boca, observando atentamente as diferentes sensações em cada região da língua e das mucosas. Estas sensações são os quatro sabores elementares do Syrah, e quem sabe, o tal Umami.

1. O sabor doce
No Syrah, o sabor doce é provocado não só pelos açúcares residuais (frutose e glicose), mas também pelo álcool e pela glicerina (glicerol). Estas substâncias são melhor percebidas na ponta da língua e na fase de ataque (primeira fase da análise gustativa, logo que o Syrah entra em contacto com a boca) e são reconhecidas não apenas por sua doçura, mas também porque provocam sobre as mucosas da boca uma sensação táctil de maciez e untuosidade.

2. O sabor salgado
É um sabor raramente encontrado nos Syrahs. É descrito, às vezes em Syrahs de regiões muito próximas ao oceano.

3. O sabor ácido
Proveniente, no caso dos Syrahs, dos ácidos próprios da uva (tartárico, cítrico e málico) ou dos ácidos provenientes da fermentação alcoólica (succínico, láctico e acético). Estas substâncias são percebidas nas bordas laterais da língua, também na fase de ataque e reconhecidas pela salivação fluída e abundante que provocam.

4. O sabor amargo
Os taninos podem provocar uma sensação de amargor discreto (em Syrahs jovens de boa qualidade) que é melhor sentido no fundo da língua, ou mesmo nenhum amargor (se estes taninos forem muito finos e maduros). O amargo intenso e desagradável é, sempre que presente, um defeito ou uma doença do Syrah.

5. O sabor Umami
Palavra japonesa que significa “saboroso” ou “delicioso”. Ocorreu nos últimos dez anos uma grande evolução na compreensão do gosto. A ciência ocidental identificou os quatro sabores básicos tradicionais: doce, amargo, salgado e ácido, determinados pelos receptores cognitivos do gosto. A tradição culinária manteve que, da união desses quatro sabores surgiriam todos os outros. Na Ásia, tradicionalmente sempre existiu a noção de cinco sabores elementares: o doce; o amargo; o salgado; o ácido e o picante (pimenta quente). Este quinto gosto aparece referenciado na literatura chinesa pelo menos a partir do terceiro século d.C. No Japão, o gosto “Umami” substituiu o quinto sabor – picante – e é considerado um dos sabores básicos, com um receptor próprio na língua. Em 1908, Kikunae Ikeda da Universidade Imperial de Tokyo, intrigado pelo sabor incomum a caldo de carne adocicado, foi o primeiro cientista a identificar o sabor umami como um sabor distinto. Isolou e identificou pelo menos um elemento do gosto de umami – o aminoácido glutamato.
Umami” é associado com uma experiência da qualidade perfeita de um gosto. Diz-se também envolver todos os sentidos, não apenas o do gosto. Entretanto, já foi isolado e caracterizado o receptor do gosto de umami por Nirupa Chaudhari e respectivos colegas, na Universidade de Medicina da Escola de Miami.

O Syrah contém tipicamente um a quatro gramas de aminoácidos por litro. Sendo o umami um sinónimo da perfeição no gosto, existem enólogos que conseguem o aparecimento do sabor umami nos seus Syrahs, pelo uso de métodos artesanais: a fermentação ou envelhecimento em madeira, engarrafamento sem filtração, e envelhecimento em adegas/caves subterrâneas com temperatura e humidade controladas. Somente passados três a dez anos é que estes “Syrahs lentos” são comercializados. Normalmente são muito apreciados pelos adeptos do “Slow Food”.

Vai uma taça de Syrah com gosto a umami? Venha ela, ou elas!